sábado, 18 de julho de 2009

Algumas palavras...

Amanheci com a certeza de que hoje falaria um pouco mais a respeito dos meus estudos sobre as narrativas de Torres e Antunes, mas vejo que adiarei. São papéis escritos, rabiscados, caderno com anotações que considero fundamentais, perguntas levantadas na expectativa de respostas, fichamentos breves e os que consomem vários dias. São leituras de romances, de entrevistas, de publicações diversas, o inquietante romance “Memória de elefante” relido mais uma vez. São riscos e anotações em tinta vermelha ou grafite, outras imagens descobertas, percebidas, e os parágrafos que exigem mais tempo e percepção, critérios para uma maior compreensão dessa narrativa que inicia o caminho dos romances do escritor Lobo Antunes. Leituras e mais anotações, receios em alguns instantes, os limites para que o texto não se atreva a ultrapassar a sua proposta de maneira a correr o risco de cair num labirinto perdido para sempre.

Adiarei comentários mais amplos a respeito dessa pesquisa, a qual, tem um longo tempo pela frente, entretanto, não penso em formalidades, mas sim no informal que pode autorizar mais livremente o criar por partes; o relatar que depende do amanhecer de cada um; o escrever, registrar, transmitir que depende do estado de espírito, do instante nosso de cada dia.

Pausa.

Passo a falar agora da minha última agenda: “velha” e atual ao mesmo tempo. Não consigo dispensá-la. Quase uma bagunça, mas, além de ainda restar algumas poucas páginas em branco, apresenta uma diversidade de anotações que considero importantes. Citações, referências bibliográficas, desabafos, endereços, números de telefones, nome de músicas, cantores, Linhas de pesquisa, escritores, romances, site, frases e números riscados, contas, senhas algumas vezes perdidas, filmes que pretendo assistir ou rever, anotações de alguma palestra que ouvi, futuros textos que, pelo menos, pretendo escrever, anotações sobre alguns trabalhos de conclusão de curso, os quais orientei, compromissos, lembretes… Tantas coisas nessa velha agenda, e que permanece desde o ano que já passou, alias, que de certa maneira já passou, pois, por outro lado, os anos passam mas deixam os seus rastros… A agenda. No decorrer dos dias posso falar também dessa agenda que começa com a seguinte anotação: “A página nunca está em branco, a tela nunca está vazia” (G. Deleuze), e o sentido, esse vem de toda parte (D. Hockney).

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