sábado, 14 de novembro de 2009

A chuva e o semblante melancólico

Ficaram todos parados na rua cheia de chuva bem forte e que desenhava aceleradamente vivas correntezas de água enegrecida pelos resíduos desprendidos de solas dos sapatos de homens, mulheres e crianças nas calçadas,

e pelos detritos de cães dissolvendo-se em seus cheiros fétidos pela comida empacotada e exposta em prateleiras de supermercados e de comidas estragadas que sobraram do jantar servido em toalhas brancas e toalhas outras de flores de primavera estampadas e regadas com o suco derramado,

esgotos pressionados pelos restos de jornais cheios de liquidações e revistas em papel de alta qualidade estampando roupas caras e elegantes e as outras revistas em papéis cheios de roupas baratas e elegantes, todas com fofocas corriqueiras em edições esgotadas,

as embalagens de chocolates que alimentaram as angústias espalhadas no peito de aflitos que qualquer dia pode ser qualquer um o angustiado e a dor no peito devorando tabletes abastecidos nas prateleiras de cada dia.

Todos os transeuntes parados e a chuva incessante sobre a marquise e os sapatos encharcados bem como os seios delineados pela blusa agora transparente,

e a vida embalada pela correnteza de semblante melancólico.

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