terça-feira, 20 de abril de 2010

"Antes que os morangos apodreçam" - V

Eis que o romance avança, toma forma, cria raízes em seus lugares, suas imagens e palavras, os diálogos verbalizados e outros em pleno silêncio no interior do ser de cada personagem. Em alguns, mais: em outros, menos; e, nos demais, também alguma coisa, sempre. O estar ali nas páginas que acontecem no decorrer das horas. O personagem e o narrador com as suas inquietações, e as deles.

Ao iniciar este capítulo, interrompi a narrativa algumas vezes e fiquei ali pensando: e agora? A minha própria busca de descoberta de como continuar. Não exatamente a minha. Percebo que, às vezes, estou invadindo o pensamento do outro, não eu, não exatamente eu, mas ele, o narrador, invadindo demais o pensamento do outro, e a brusca necessidade de interromper um pouco, refletir um pouco mais, perceber pelo eu semblante, o do personagem, quais são mesmo os seus pensamentos e as suas palavras.

O romance segue tomando a sua própria forma, algum percurso pelo fluxo de consciência que, de certa maneira, permeia a narrativa. Pensamentos tumultuados, velozes.

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