quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Enfim, a conclusão do romance. Ainda sem título

Dia 4 de Agosto de 2010. Acredito que já posso dizer que conclui a escrita do romance. A história. O enredo. O texto. Duzentas páginas e mais algumas. Entretanto, há ainda um caminho a percorrer, o qual não considero tão fácil. É o lapidar de tudo, uma primeira leitura do texto completo, o reconhecimento de tudo que ficou impresso, marcado, as inquietações e os prazeres revisitados. Eu até já iniciei, hoje, mesmo quando já havia reconhecido que a mente estava cansada, o peito ofegante e ao mesmo tempo em contentamentos. Abri o arquivo com o primeiro capítulo, sete meses atrás, e nele já fiz alguns cortes, mudei de lugar algumas palavras, mas não mexi em sua ideia.
Meses acumulados, e, lembrando C. Drummond, “de tudo fica um pouco”. A escrita em Lisboa, em casa, na sala, Biblioteca Nacional, Esmoriz. E depois, o final. Foram horas em busca de encontros com as melhores sequências, os melhores diálogos, e que não são tanto, sono comprometido, os pensamentos e vozes dos personagens me levando, de vez em um quando, a novamente acender a luz, abrir o computador e transcrever as suas palavras e pensamentos antes que no amanhã tudo podia ser esquecido. É o que acontece tanto, e, nesses momentos, pode ser fundamental ouvir as vozes que insistem em serem transcritas naquele momento. Não apenas a voz dos personagens, mas a do narrador que não pára de pensar, e dita, e repete, e permanece, mesmo inconsciente, a elaborar, perceber, captar a hora certa, o lugar certo, as coisas certas, ainda que nada ainda tão definitivo.
Três dias para a conclusão do último capítulo, e eu sem conseguir interrompe-lo durante qualquer tempo do cenário final. Que jardim era aquele? Que jardim? É uma entre as interrogações que ficaram. Ou, simplesmente, lugar de todas as coisas, enfim. Alguma espécie de jardim que possa ser chamado de “paraíso”.

Um comentário:

  1. Sensação de dever cumprido... é assim que vc se sente? ah! lembrei que ainda tem o lapidar, mas também tem o contentamento, ah! esse sim, é o melhor de tudo...
    Estou num processo parecido, não confunda , não estou escrevendo um livro ,mas gestando a promoção da leitura de um, dentre os milhões de livros que existem.
    Posso dizer também que estou muito feliz como você !
    Olha, quero ter o prazer de ler sua mais nova obra e quem sabe ajudar promovê-lo.
    Beijão amigo!

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