quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Lançamento de "Sôbolos rios que vão" de A. L. Antunes, em Tomar


Cidade onde ALA vivenciou mais uma das partes da sua memória, Tomar foi mesmo um espaço muito representativo para a realização de uma das etapas do lançamento de "Sôbolos rios que vão". Cidade revisitada e histórias rememoradas pelo escritor.

A apresentação da Professora Ana Paula Arnaut ampliou espaços, contribuindo para uma maior compreensão da obra do autor, considerada tão complexa por grande parte dos leitores, e mais íntima por outros. Questionamentos e reflexões estiveram presentes durante o lançamento. A inquietação sobre uma obra que pode parecer fragmentada, e são fragmentos sim, eles que se cruzam, desencontros de instantes, sensações de devaneios, e, entretanto, por fim, uma narrativa que se completa, fragmentos que se encontram, unem-se.

O lançamento de "Sôbolos rios que vão" em Tomar foi marcado, também, por um silêncio. Um silêncio atento às palavras da apresentadora, íntima da narrativa do autor, e que depois de ter penetrado no texto retornou de lá afirmando que "Sôbolos rios que vão" é, com efeito, um romance em que Lobo Antunes continua a reduzir a escrita ao osso. Metáfora que muito bem representa uma narrativa não apenas densa, mas intensa, profunda em seu estilo de palavras e imagens lapidadas, quando tempo e espaços são vasculhados, revisitados num fluxo que percorre o caminho da saudade e de um silêncio, enquanto a memória deixa de ser simplesmente fragmentos e se faz história revelada na arte de contar.

Em 13 de Novembro de 2010.

Um comentário:

  1. Comprei o meu Sobolos hoje, não vejo a hora de tê-lo em mãos.
    Gostei bastante do seu artigo, me deixou mais ansioso ainda para ler.
    Mas tenho certeza que será um livro excelente.

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