"[...] a mala se esvaziando, a mala se esvaziando, veementemente se esvaziando, sem nem mesmo alguma peça de roupa ter sido, pelo menos, dobrada e guardada dentro dela. A mala ainda vazia, completamente vazia, e já se esvaziando, se esvaziando, o fundo, o fundo da mala tão escuro de tamanha profundidade, e totalmente escancarado para o nada. Nada ali dentro da mala que seria tão pequena para o tanto a ser transportado, e o denso cheiro de vazio dentro da sua imensidão."
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
O cheiro espalhando as palavras
Na pele
O cheiro espalhando as palavras ficaram como veludo,
embalando emoções
elas ficaram.
Não apenas no ontem
as palavras
mergulhadas
no corpo,
completas.
Não foram surdas
Não foram mudas
Não foram passagens, apenas
Foram também,
e ainda depois.
sábado, 1 de setembro de 2012
No fim da avenida era o cheiro
Desceu a avenida inteira na certeza de que
Na certeza
A avenida inteira.
E nas esquinas os semáforos desaceleravam o tempo
enquanto a oscilante certeza inventava que o fim da avenida
era sem mais semáforo algum:
Era o perfume.
Tudo ao redor era o cheiro do perfume tocando antecipadamente a alma
e no fim da avenida era o cheiro eternizando um tempo.
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