sábado, 24 de outubro de 2015

Um sutil sorriso do silêncio

O silêncio amanheceu com um sutil sorriso num dos cantos da boca, meio sorriso e meio silêncio. Percorreu a sala, olhou pela janela e viu o vento, contemplou a luminosidade opaca do nublado da paisagem, abriu a janela, sentiu o cheiro do tempo, cheiro de tempo com o cheiro que subia da terra molhada, a chuva que cessara, o vendaval que cessara, o coração bem mais desacelerado que no dia anterior, quando o ventania, o temporal, as horas incessantes... O coração agora batendo brando, as horas passando brandas, um vento brando tocando em seu rosto... E contemplou no fio da eletricidade um pássaro que acabara de pousar. (Parecia-lhe também tão reflexivo!).