segunda-feira, 11 de julho de 2016

E, porque queria...


E quando passei por lá como havia combinado, eu não me levei por inteiro como havia quase prometido. Fui, faltando alguma parte de mim e eu nem sabia qual era. Mas, desde quando apanhei a chave e bati a porta, eu percebi que alguma coisa não estava comigo naquele instante.
Já na calçada, pensei em retornar e descobrir e procurar o que eu havia deixado para trás. Há coisas assim, das quais nem o nome sabemos, mas as conhecemos pela intuição ou pelo incômodo que apalpa o nosso peito de modo estranho. Pensei mesmo em retornar, mas não retornei. Prossegui, como eu eu havia quase prometido. Eu queria. E, porque queria muito, comecei a enganar a mim mesmo, induzindo-me a fingir acreditar que tudo seria como havíamos idealizado naquele instante de fantasias sentidas à flor da pele.
Eu quase chegando, quase tocando a campanhia, a porta sendo aberta, o agradável perfume exalando suavemente pelo ambiente, e uma repentina náusea intuitiva expeliu daquele aroma e comprimiu o meu estômago antes que eu tocasse a campanhia. Ainda assim, respirei, pausadamente, fiz de conta que eu havia me desviado da náusea, levei minhas mãos até o botão, parei dois ou três segundo, quase estátua, e pronto.
Agora, já não dava mais para deixar de adentrar. Inventei que não.