segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Entre as margens do rio

Um rio imenso e águas que parecem o infinito embora as suas margens logo ali de um lado e de outro, e nada mais é infinito se agora os pés sobre chão depois do azul das águas movimentando o reflexo dos céus, paisagens na travessia do rio ilustram pensamentos e expectativas que movimentam o corpo o peito a alma tudo sobre as águas num balançar não apenas silencioso

Não apenas.

O cais
(que na apreensão do desejo revela um caminho que parece imenso diante da travessia sobre as águas cristalinas)
é o mais belo lugar no exato instante em que tudo se faz ser alguma felicidade, e tão perto o corpo o peito e a alma ofegando a emoção quase suave

e depois a avenida iluminada pelas luzes tornando-a uma planície luminosa enquanto o corpo e o peito se misturavam em meio à emoção, e o desejo pulsando forte do lado de cá na margem do rio noturno

até que no corpo o prazer fez seu leito e então repousou-se

e até que o retorno e a travessia outra vez, quando era a noite que iluminava as águas ainda cristalinas e o corpo o peito e a alma bailavam a travessia.

2 comentários:

  1. A travessia do pensamento... da palavra escrita, da imaginção...do Tejo e suas águas que movimentadas de desejos, de sonhos, de tantas palavras que flutuam na imginação do artista. Do artista, Ismar, do escritor, do romancista.
    Adorei o texto!!!
    Cláudia.

    ResponderExcluir
  2. É um prazer passear por um sítio e encontrar uma leitura que consegue levar o leitor para além do óbvio. É assim, ler e ficar imbuido de imagens não apenas do texto mas também a partir do texto e a construção pessoal de cada um. Digo pra já que eu também adorei o que li e fico aqui em mais uma viagem pelo meu mundo. É isso! É isso!

    ResponderExcluir