segunda-feira, 10 de maio de 2010

"Cartas da Guerra", António Lobo Antunes: A Memória entre a Guerra e o Sublime

António Lobo Antunes é uma presença marcante no campo memorialístico da Literatura Portuguesa e Internacional, com a sua impactante obra literária, a saber, os seus romances e as suas crônicas. Por meio de uma narrativa com cenários compostos por narradores vinculados a recordações contundentes, lembranças aguçadas, densas e sublimes, o leitor é seduzido a acompanhar os seus narradores com as suas lembranças impregnadas de fantasmas, fragmentos discursivos, imagens traumáticas. Enfim, (re)construções, na memória, de um tempo passado e entrelaçadas num tempo presente.
A partir das características narrativas proporcionadas por Antunes, a proposta do nosso artigo é, considerando o percurso dos seus narradores, pela memória, realizar uma breve leitura de abordagem memorialística da sua obra, tendo em consideração seus romances e crônicas, designadamente “D`este viver aqui neste papel descripto – Cartas da guerra”. Trata-se de uma compilação das cartas escritas para a sua esposa, compiladas por suas filhas, e que compreendem o período de Janeiro de 1971 a Janeiro de 1973, quando o escritor esteve na guerra colonial em Angola. Um cenário, portanto, que percorre entre o espaço de guerra e o espaço de amor, revelando sentimentos distintos: a hostilidade e o amor, a solidão e a vida.
Para a nossa análise, tomaremos como referências principais algumas considerações de Paul Ricoeur, resultado de suas investigações sobre a memória, e apresentadas em A memória, a história, o esquecimento.

Texto completo disponível aqui.


Resumo do Artigo apresentado no XXII Congresso Internacional da Associação Brasileira de Professores de Literatura Portuguesa. UFBA - Salvador, Bahia.

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