Cidade onde ALA vivenciou mais uma das partes da sua memória, Tomar foi mesmo um espaço muito representativo para a realização de uma das etapas do lançamento de "Sôbolos rios que vão". Cidade revisitada e histórias rememoradas pelo escritor.
A apresentação da Professora Ana Paula Arnaut ampliou espaços, contribuindo para uma maior compreensão da obra do autor, considerada tão complexa por grande parte dos leitores, e mais íntima por outros. Questionamentos e reflexões estiveram presentes durante o lançamento. A inquietação sobre uma obra que pode parecer fragmentada, e são fragmentos sim, eles que se cruzam, desencontros de instantes, sensações de devaneios, e, entretanto, por fim, uma narrativa que se completa, fragmentos que se encontram, unem-se.
O lançamento de "Sôbolos rios que vão" em Tomar foi marcado, também, por um silêncio. Um silêncio atento às palavras da apresentadora, íntima da narrativa do autor, e que depois de ter penetrado no texto retornou de lá afirmando que "Sôbolos rios que vão" é, com efeito, um romance em que Lobo Antunes continua a reduzir a escrita ao osso. Metáfora que muito bem representa uma narrativa não apenas densa, mas intensa, profunda em seu estilo de palavras e imagens lapidadas, quando tempo e espaços são vasculhados, revisitados num fluxo que percorre o caminho da saudade e de um silêncio, enquanto a memória deixa de ser simplesmente fragmentos e se faz história revelada na arte de contar.
Em 13 de Novembro de 2010.
Comprei o meu Sobolos hoje, não vejo a hora de tê-lo em mãos.
ResponderExcluirGostei bastante do seu artigo, me deixou mais ansioso ainda para ler.
Mas tenho certeza que será um livro excelente.