"[...] a mala se esvaziando, a mala se esvaziando, veementemente se esvaziando, sem nem mesmo alguma peça de roupa ter sido, pelo menos, dobrada e guardada dentro dela. A mala ainda vazia, completamente vazia, e já se esvaziando, se esvaziando, o fundo, o fundo da mala tão escuro de tamanha profundidade, e totalmente escancarado para o nada. Nada ali dentro da mala que seria tão pequena para o tanto a ser transportado, e o denso cheiro de vazio dentro da sua imensidão."
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Um instante eternizado pelo cheiro
Quando ela retornou, anos depois, meses depois, dias depois, horas depois, viu que apenas alguns minutos haviam passado. A vida inteira dentro de alguns minutos. Ela, entregue a um tempo de tantas histórias ao redor de outros lugares, ao redor de outras pessoas, ao redor de outros sentimentos. Outros! Tudo ao seu redor, e ela ao redor de tudo, como se fosse muitas. Tudo muito perto e muito distante, não apenas de sua casa, não apenas de seu quarto, não apenas de seu travesseiro, não apenas dela mesma. Tudo, logo ao amanhecer, e ainda exalando um resto da fragrância do ontem.
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Amei o texto amigo,como sempre vc através da escrita mexendo com minha alma. Anos depois, meses depois, dias depois, horas depois, e ainda exalando um resto da fragrância do ontem, ou seja, o passado............
ResponderExcluirKátia Veiga