"[...] a mala se esvaziando, a mala se esvaziando, veementemente se esvaziando, sem nem mesmo alguma peça de roupa ter sido, pelo menos, dobrada e guardada dentro dela. A mala ainda vazia, completamente vazia, e já se esvaziando, se esvaziando, o fundo, o fundo da mala tão escuro de tamanha profundidade, e totalmente escancarado para o nada. Nada ali dentro da mala que seria tão pequena para o tanto a ser transportado, e o denso cheiro de vazio dentro da sua imensidão."
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Lava, lavra a palavra
Depois que a madrugada acabou, fiquei pensando em suas palavras, lavra, lavra, lavrar as palavras, mas nem sempre é o instante de lavrar, lavar as palavras espremidas, abarrotadas as palavras, arrotadas, lavar, lavar como se fosse o rosto suado, o rosto colado ao sol, molhado de suor de uma tarde inteira no caminho, longo, bem longa a caminhada enquanto as palavras espalhadas ao solo, sem vento, o tempo sem vento, palavras transpirando, lavadas, a lavra, lavra, lavar as palavras até serem elas, aquelas e não outras as palavras, lava.
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