"[...] a mala se esvaziando, a mala se esvaziando, veementemente se esvaziando, sem nem mesmo alguma peça de roupa ter sido, pelo menos, dobrada e guardada dentro dela. A mala ainda vazia, completamente vazia, e já se esvaziando, se esvaziando, o fundo, o fundo da mala tão escuro de tamanha profundidade, e totalmente escancarado para o nada. Nada ali dentro da mala que seria tão pequena para o tanto a ser transportado, e o denso cheiro de vazio dentro da sua imensidão."
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
As quatro estações em tão poucos minutos
Olhou o tempo como se fosse uma árvore de folhagem verde,
bem verde a folhagem
e pouco a pouco era uma árvore de inverno
(num lugar onde as estações se definem tão bem).
A árvore. A mesma árvore
percorrendo a primavera e o outono
espremida dentro daquele momento
Breve.
Olhou o tempo como se fosse uma estrada
bem longa a estrada
(e lá no fim ainda se vê a nítida imagem do céu bem próximo da terra
distância inenarrável).
Olhou o tempo e o enfeitou com imagens palpáveis
coisas e cores, o abstrato e o concreto se confundindo.
As sementes germinavam,
Germinavam,
E o tempo se movimentava em folhas, em flores, em frutos.
Depois olhou as horas:
tão poucos minutos
dentro daquele tempo.
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