Finalizei o Capítulo 5 quase agora. 21 páginas. Amanhã começo a fazer uma primeira leitura e alterações necessárias. As primeiras, depois as outras quando tudo estiver pronto. São agora 105 páginas. Cada Capítulo é esta sensação inquieta de um prazer que permanece, de um vazio que fica como se algo tenha sido esvaziado demais. A repetição das sensações. O receio de que as frases poderiam ser melhores, as metáforas mais bem trabalhadas, o caminho outro que não aquele, e a pergunta para o próximo capítulo: - E agora?
Não tenho a totalidade do enredo. Não ainda por completo. Tudo acontece a partir de um instante que resulta em outro e em outros, decisões que surgem do inesperado, o pensamento de cada personagem que pode crescer tanto e profundo até se romper e chegar a algum devaneio, ou nada disso e sempre a lógica das coisas.
Neste capítulo apaguei algumas passagens. Melhor apagar se algo inquieta demais por não convencer de que esteja bem, qualquer que seja o texto. Algo inquieta e diz, se manifesta, e na narrativa parece tomar uma forma ainda maior. O receio de que as palavras, e muito mais as frases, sejam excessos, excessivas, abusivas.
Pausa. Penso.
Nos próximos dias iniciarei o Capítulo 6. Bem nos próximos dias, não muitos. Preciso adiantar o outro lado. Algumas leituras, um outro texto. Enquanto isso, os personagens dormem, e os pensamentos ali, bem ali ao lado de cada um. Exatamente como foi concluído o capítulo de hoje.
02:20 da manhã.
Ismar, sua angústia me lembra as de outros mestres como João Cabral de Melo Neto, Drummond e outros. Creio que essa experiência é própria do escritor, é como uma gestação e finalmente o parto. Doloroso, cheio de preocupações e cuidados, sabendo que um ente, neste caso, o livro, está sendo formado e finalmente será trazido à luz. Depois disso, virão as apreciações: será parecido com o pai (o autor)? tem semelhanças com os outros filhos (obras anteriores)? O que fez com que o filho viesse dessa e não daquela forma, tendo essas e não aquelas características?
ResponderExcluirAcho que a preocupação do pai(autor) com o filho (o livro) é como a de muitas gestantes quando se pergunta a elas se preferem menino ou menina e elas dizem: "não importa, desde que seja perfeito". Posso apostar com quem quiser que seu filho será perfeito, não importa as nuances que você escolher para gestá-lo.
Beijos.
Ismahelson,
ResponderExcluirvim dar no teu blog graças ao post que fez em homenagem ao Lobo Antunes, um dos escritores que mais me toca.
Se não se importar, colocarei um link do teu blog no meu, pois também escrevo e gostei de como fala do teu romance nos posts.
Eis o blog se quiser dar uma olhada
http://bostoievski.blogspot.com
Um abraço.
André