terça-feira, 5 de março de 2013

A névoa imponente II



Em grande expectativa, todos observavam o desfazer da névoa. Uma dissipação que se dava como um encantamento pronto a se manifestar diante do olhar admirado ou apavorado de cada um. Enquanto a névoa se dissipava, todas as imagens que nela se viam começaram a se movimentar, uma ao encontro da outra, até que se juntaram e se metamorfosearam em uma única e grande imagem. Apenas uma, e impressionante.

Envolto no resto de névoa, surgiu um imenso tapete suspenso numa altura de pouco mais de um centímetro do chão e que se estendeu para o alto, até se perder de vista. De dentro dos tapetes, entre os seus finos fios de algodão surgiram outros fios que se entrelaçaram e teceram um imenso candelabro dourado, e depois outro, e outro, e outro, e outro, e outro, e outro, todos do mesmo tamanho. Tudo numa velocidade de poucos segundos, enquanto uma parte da multidão admirava ainda mais, e, igualmente, outra parte se assustava.

Mas a perplexidade geral se deu quando um vento breve e repentino surgiu sobre aquele tapete e o transformou em uma imensa cortina em tons harmônicos e de beleza indescritível. Naquele momento, a névoa cessou de vez, e a imagem era agora perfeita e real, surgida aparentemente do nada: do espaço e do ar. Os fios tecidos pela névoa se confundiam com algo, um algo que permanecia sem nome. Ninguém conseguia decifrá-lo. Ninguém conseguia, a não ser admirar ainda mais, extasiados, enquanto outros se assustavam, apavorados.

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