"[...] a mala se esvaziando, a mala se esvaziando, veementemente se esvaziando, sem nem mesmo alguma peça de roupa ter sido, pelo menos, dobrada e guardada dentro dela. A mala ainda vazia, completamente vazia, e já se esvaziando, se esvaziando, o fundo, o fundo da mala tão escuro de tamanha profundidade, e totalmente escancarado para o nada. Nada ali dentro da mala que seria tão pequena para o tanto a ser transportado, e o denso cheiro de vazio dentro da sua imensidão."
terça-feira, 9 de abril de 2013
Até que avistou outro jardim
Percorreu a estrada inteira repetindo a canção que ouvira minutos antes
quando as palavras surgiram demasiadamente cortantes.
Lançou as palavras sobre o jardim
espalhou-as na praça
sobre as flores murchas e coloridas
Um colorido amarelado que
para alguns, enfeitavam o jardim
para outros, nem jardim existia naquele lugar.
Percorreu a estrada inteira repetindo aquela canção
Na boca, o gosto das palavras cortantes
embora estivessem lá no jardim, escorregando sobre as flores
Na língua, o gosto travado de nódoa
embora já estivesse lá no fim da estrada.
Percorreu a estrada inteira repetindo aquela canção
até que avistou outro jardim.
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