"[...] a mala se esvaziando, a mala se esvaziando, veementemente se esvaziando, sem nem mesmo alguma peça de roupa ter sido, pelo menos, dobrada e guardada dentro dela. A mala ainda vazia, completamente vazia, e já se esvaziando, se esvaziando, o fundo, o fundo da mala tão escuro de tamanha profundidade, e totalmente escancarado para o nada. Nada ali dentro da mala que seria tão pequena para o tanto a ser transportado, e o denso cheiro de vazio dentro da sua imensidão."
sexta-feira, 4 de julho de 2014
A memória embalando a canção
Ela entrou no quarto e fechou a porta
brincou de boneca
fez laço de fita
enfeitou o cabelo,
dela,
em frente ao espelho.
A boneca de cabelos longos, desalinhados
agora também enfeitada com um laço de fita.
Depois,
ela segurou a boneca com as duas mãos
repousada, a boneca, no conforto de seu peito.
Ela cantarolou uma canção, bem baixinho
cantarolou, cantarolou...
depois chorou, lá dentro dela, no meio da canção.
Ela,
a menina, tantos anos atrás.
E agora,
a memória embalando a canção.
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