"[...] a mala se esvaziando, a mala se esvaziando, veementemente se esvaziando, sem nem mesmo alguma peça de roupa ter sido, pelo menos, dobrada e guardada dentro dela. A mala ainda vazia, completamente vazia, e já se esvaziando, se esvaziando, o fundo, o fundo da mala tão escuro de tamanha profundidade, e totalmente escancarado para o nada. Nada ali dentro da mala que seria tão pequena para o tanto a ser transportado, e o denso cheiro de vazio dentro da sua imensidão."
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
a folha, a pedra e o rio
Preciso escrever qualquer coisa hoje e não encontro nada,
talvez a pedra que hoje vi no meio da rua
talvez a folhagem seca, seca mas bela, tão bela flutuando ao movimento do vento frio, bem frio,
aconchegante o frio e o bailar da folha, folhagens, as folhas cobrindo a pedra no meio do caminho.
Preciso escrever qualquer coisa hoje,
e lá fora encontro as palavras envolvendo as sensações,
algumas leves, tão leves e suaves e outras assim,
meio assim as sensações e eu sem saber ao certo se é a leveza ou se a correnteza é outra,
a correnteza no rio,
o rio dentro de mim e eu dentro do rio, lá dentro, lá dentro, eu navegando no rio,
a pedra e a folhagem dentro do rio, a folha flutuando, flutuando,
a folha tão bela flutuando no rio e a pedra lá no fundo
do rio.
Preciso escrever qualquer coisa hoje,
talvez eu fale de uma pedra no meio da estrada e tão logo eu fale de um rio,
mas antes e depois falarei da folha, a folha flutuando ao movimento do vento frio,
tão frio e suave, apenas o vento é o frio.
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