"[...] a mala se esvaziando, a mala se esvaziando, veementemente se esvaziando, sem nem mesmo alguma peça de roupa ter sido, pelo menos, dobrada e guardada dentro dela. A mala ainda vazia, completamente vazia, e já se esvaziando, se esvaziando, o fundo, o fundo da mala tão escuro de tamanha profundidade, e totalmente escancarado para o nada. Nada ali dentro da mala que seria tão pequena para o tanto a ser transportado, e o denso cheiro de vazio dentro da sua imensidão."
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Foi o silêncio
Foi o silêncio, my dear! Foi o silêncio que me fez calar assim
O silêncio que repousa depois de atravessar uma multidão inteira ao redor.
Percebe o que digo?
A multidão pode ser inteira, cheia de vozes, cheia de palavras, bem tal como o foi horas atrás, mas, ainda assim, suas vozes podem ser inaudíveis,
e não apenas.
Percebe agora?
Perceba que as palavras podem ser exuberantes, mas serem opacas e até invisíveis,
sem som algum a sair das bocas em movimentos e nada mais,
os lábios a gesticularem palavras num silêncio preciso.
É o silêncio, my darling! É o silêncio que repousa entre as flores do jardim, em movimentos determinados pelo vento...
O vento, my dear! O vento uiva como leão e murmura em silencio com a mais doce delicadeza,
mas não apenas.
E nem apenas o vento.
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O vento que leva as palavras...o vento e não só...que abafa a voz, que cala o grito, que ensurdece o ouvido! Amei o texto, como de costume, my darling!
ResponderExcluirBjs e saudade,
Clara.