"[...] a mala se esvaziando, a mala se esvaziando, veementemente se esvaziando, sem nem mesmo alguma peça de roupa ter sido, pelo menos, dobrada e guardada dentro dela. A mala ainda vazia, completamente vazia, e já se esvaziando, se esvaziando, o fundo, o fundo da mala tão escuro de tamanha profundidade, e totalmente escancarado para o nada. Nada ali dentro da mala que seria tão pequena para o tanto a ser transportado, e o denso cheiro de vazio dentro da sua imensidão."
sexta-feira, 19 de julho de 2013
O vinho tão bem encorpado
Não importa a cidade:
ela acorda no meio da noite
Não importa a casa
O quarto
A cama
O lençol
O cobertor:
ela acorda no meio da noite.
Todos os dias ela acorda no meio da noite
e redesenha na memória os sonhos
os delírios...
os sonhos ou os delírios [ela nunca sabe ao certo]
e depois se movimenta sobre a cama
sem se importar em qual cidade
em qual casa
em qual quarto.
E na fronha amassada
o hálito do vinho tinto tão bem encorpado.
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